1 Ó Deus, que planta seca sou,
Não tenho força, nada em mim;
Inútil, sem poder, vigor,
Plantaste-me no Teu jardim;
Eu oro – “Não desistas de mim,
Me leva, Salvador, ‘té o fim.
2 Qual barro do oleiro capaz,
Me faz um vaso só pra Ti,
Qual ferro do ferreiro, faz
Um instrumento Teu aqui;
Em Tuas mãos me guarda assim,
E que jamais desistas de mim.”
3 Qual rocha dura é meu ser,
Tem ouro, mas é tão ruim;
Qual mármore tão rústico,
Inútil coração assim;
Eu oro – “Não desistas de mim,
Com Tua mão me quebra enfim.
4 As pedras quebram no pilão,
Moinhos moem trigo em flor,
Martelos rompem duro chão,
As nozes abrem, dão sabor;
Que Tua mão me quebre, Senhor,
Que nunca deixe-me Teu amor.”
5 Quebrado, eu ainda sou
Pedaços bons só pra queimar;
Moído, mas sou sem valor
Pra o Teu povo alimentar;
Eu oro – “Não desistas de mim,
Me capacita pra Te servir.
6 Qual fundidor que, com saber,
De pedras forja o metal,
Qual fogo que do trigo faz
Comida rica, sem igual,
Com fogo purifica meu ser,
Com Teu amor me vem preencher.”