1 Comigo habita, pois a noite vem;
As trevas crescem, o temor também.
És meu Amparo quando os outros vão;
Faz, ó Senhor, em mim habitação.
2 A vida é curto dia que se esvai,
Tudo é ruína, tudo passa e cai;
Prazer e glória breve findarão,
Faz-me, pois, Tua eterna habitação.
3 Vem, não qual Rei dos reis em Teu terror,
Mas bom e manso, qual Sol curador,
Mui compassivo, atento à petição,
Faz, ó Amigo, em mim habitação.
4 Tua presença busco, ó Senhor,
Só Tua graça anula o tentador;
Quem me seria esteio e direção?
Faz todo o tempo em mim habitação.
5 Não temo inimigos, pranto ou dor,
Se Tua bênção perto está, Senhor;
A morte já não tem seu aguilhão!
Venço, pois tens em mim habitação.